O governo decidiu que vai reduzir o Imposto de Renda
cobrado sobre a participação nos lucros e resultados (PLR) que os trabalhadores
recebem. O nível dessa redução, no entanto, ainda não está definido, e será
discutido amanhã, em reunião da presidente Dilma Rousseff com representantes de
centrais sindicais.
A informação foi dada ontem pelo ministro-chefe da
Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que representou Dilma nas
comemorações do Dia do Trabalho, em São Paulo. O ministro disse também que o
governo aceita discutir a mudança no fator previdenciário para as aposentadorias
- uma fórmula que combina idade com tempo de serviço -, embora tenha dito que,
sobre esse tema, é necessário um debate mais profundo.
Os trabalhadores vêm pedindo há tempos a isenção do IR
sobre o PLR, e os sindicalistas já se reuniram com o governo anteriormente para
tratar do assunto. "Falta a gente chegar, esta semana ainda, a um número para o
acordo entre o governo e as centrais sindicais", disse Carvalho. Mas ele
adiantou que não haverá isenção completa de imposto sobre a PLR. "Não chegaremos
ao que as centrais querem, mas chegaremos a um número médio."
Os sindicalistas, porém, insistem na isenção total. "O
que é o PLR? É um esforço que todo mundo da fábrica faz para poder produzir mais
e ter mais qualidade. O governo não pode taxar isso, é injusto. As empresas não
pagam imposto de renda", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva.
Segundo o sindicalista, o governo teria sinalizado com a
isenção do imposto para os PLRs inferiores a R$ 6 mil. "Mas nossa proposta é R$
20 mil", disse. Carvalho, porém, negou que o governo tenha feito essa proposta.
"O governo não chegou a oferecer R$ 6 mil", disse. "Quando se tem uma mesa de
conversa, se tem vários números, tem 6, 7, tem 10... Mas nós esperamos até
quinta resolver essa questão."
Injeção. De qualquer forma, segundo o ministro, a
presidente Dilma está convencida de que a redução do IR sobre a participação nos
lucros pode ajudar a aquecer a economia interna. "Sabemos que esse dinheiro, no
bolso do trabalhador, é uma injeção na veia do mercado", afirmou.
Em encontro com os sindicalistas no fim de março, o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria dito, segundo os próprios
sindicalistas, que a isenção total da PLR custaria aos cofres públicos algo em
torno de R$ 5 bilhões. Nos cálculos dos sindicatos, no entanto, esse número é de
R$ 1,8 bilhão.
Fonte: O Estado de São Paulo, por Isadora Perón, Beatriz Bula e Daiene Cardoso, 02.05.2012 |
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