quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Corrupção se combate com prevenção e punição, diz diretor da OCDE

Os países devem criar instrumentos para prevenir a ocorrência de casos de corrupção e a Justiça tem de punir todos os que usam uma atividade pública em benefício próprio, incluindo o corruptor. A sugestão é de Rolf Alter, diretor de governança pública e desenvolvimento territorial da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que falou sobre o tema a empresários nesta quarta-feira, durante o seminário internacional “O Impacto da Corrupção sobre o Desenvolvimento”, organizando pelo Valor e pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO).
“Aprendemos que ter um único instrumento de coação para lidar com a corrupção depois que ela ocorre não é suficiente. Em vez de lutarmos para haver punição depois que ela é descoberta devemos atuar para prevenir que ela aconteça. Essa noção tem que ser incutida nos países”, disse o dirigente da OCDE.
Segundo Rolf Alter, para diminuir os níveis de corrupção de um país é necessário atuar em frentes diversas além da prevenção. Uma delas é a penalização de quem usa uma atividade pública em benefício próprio. “A Justiça pune mais quem está no exercício de uma função pública, que vai contra a lei, e é mais branda com o corruptor. Isso tem que mudar. A responsabilidade tem que ser compartilhada entre os setores público e privado, o cidadão e a sociedade civil”, afirmou.
Segundo ele, a sociedade dispõe hoje de instrumentos para criar um ambiente que iniba a apropriação do público pelo interesse privado, como a tecnologia. A criação de uma cultura de exigência de maior transparência de dados e informações de órgãos públicos e empresas deve ser uma demanda dos indivíduos, segundo o diretor.
Quanto mais um país tolera e pratica a corrupção, menos eficiente economicamente ele é, na avaliação de Alter. “A corrupção impede o desenvolvimento, mina a competição justa, drena os recursos naturais e distorce o mercado. Não há definição mais perversa do que essa. Ela é um fenômeno global, que não para nas fronteiras de qualquer país, não afeta apenas um grupo.”

Fonte: Valor Econômico

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