“Aprendemos que ter um único instrumento de coação para lidar com a corrupção depois que ela ocorre não é suficiente. Em vez de lutarmos para haver punição depois que ela é descoberta devemos atuar para prevenir que ela aconteça. Essa noção tem que ser incutida nos países”, disse o dirigente da OCDE.
Segundo Rolf Alter, para diminuir os níveis de corrupção de um país é necessário atuar em frentes diversas além da prevenção. Uma delas é a penalização de quem usa uma atividade pública em benefício próprio. “A Justiça pune mais quem está no exercício de uma função pública, que vai contra a lei, e é mais branda com o corruptor. Isso tem que mudar. A responsabilidade tem que ser compartilhada entre os setores público e privado, o cidadão e a sociedade civil”, afirmou.
Segundo ele, a sociedade dispõe hoje de instrumentos para criar um ambiente que iniba a apropriação do público pelo interesse privado, como a tecnologia. A criação de uma cultura de exigência de maior transparência de dados e informações de órgãos públicos e empresas deve ser uma demanda dos indivíduos, segundo o diretor.
Quanto mais um país tolera e pratica a corrupção, menos eficiente economicamente ele é, na avaliação de Alter. “A corrupção impede o desenvolvimento, mina a competição justa, drena os recursos naturais e distorce o mercado. Não há definição mais perversa do que essa. Ela é um fenômeno global, que não para nas fronteiras de qualquer país, não afeta apenas um grupo.”
Fonte: Valor Econômico
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