O
governo vai ampliar a desoneração da folha de salários das empresas para mais
setores da indústria. Fabricantes de máquinas e equipamentos (bens de capital),
autopeças, pneus e têxtil devem ser os próximos beneficiados. A medida faz parte
do "arsenal" de ações que a presidente Dilma Rousseff pretende lançar para
ajudar a indústria e impulsionar a economia. Esses quatro setores deixarão de
recolher a contribuição patronal dos empregados para o INSS, o que aliviará o
custo das empresas. Em troca, vão pagar um imposto sobre o faturamento. Segundo
uma fonte do governo, as alíquotas desse tributo serão negociadas por setor e
calibradas para dar desoneração efetiva à indústria nacional. O governo já
começou as simulações. As alíquotas em estudo variam de 1% a 1,5% sobre o
faturamento das empresas. Ainda podem cair as alíquotas para os setores que
fizeram no fim do ano passado a migração da tributação da folha de pagamento
para o faturamento. O setor de móveis, que pediu para ser excluído da medida em
2011 e, agora, voltou a conversar com o governo, também será incluído nessa nova
rodada. Na outra ponta, para tornar mais caras as importações dos mesmos
setores, o governo deve aumentar a Cofins sobre os produtos que vierem do
exterior. Linha branca. Também está em estudo a possibilidade de prorrogar a
redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha
branca, como geladeiras e fogões. A manutenção do benefício, que acaba no fim do
mês, depende de uma decisão da presidente Dilma Rousseff. No entendimento da
equipe econômica a principal defesa - a de evitar a valorização excessiva do
câmbio - já ocorreu com a atuação do governo na semana passada nas operações de
empréstimo externo. O momento agora é o de adotar medidas de estímulo à
economia. O foco é a indústria, sobretudo de manufaturados, que continua com um
mau desempenho. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) informou que
negocia com o governo a desoneração da folha e que reivindicou alíquota não
superior a 0,8% sobre o faturamento. No entanto, a fonte do governo afirma que o
setor já concorda 1%. Desde dezembro, o setor de tecnologia da informação e
comunicação passou a ser taxado em 2,5% da receita bruta das empresas enquanto
calçados e confecções pagam 1,5%. Em troca deixaram de recolher a contribuição
patronal para o INSS. As alíquotas foram calibradas para não haver redução de
carga tributária. Agora, o Ministério da Fazenda quer diminuir de fato a
tributação. A avaliação é de que a fórmula adotada em 2011 simplifica o
pagamento, mas não ajuda na competitividade dos produtos brasileiros. O setor
têxtil, por exemplo, se recusou a ser incluído no ano passado sob o argumento de
que teria aumento de tributação por ter cadeia produtiva longa.
Fonte: Estadão - Economia
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